
«Sim, estamos sós, profundamente sós e haverá sempre, à nossa espera, uma camada de solidão, ainda mais profunda. Não há nada que possamos fazer para contrariar isso. Não, por mais espantoso que isso nos pareça, a solidão não nos deveria surpreender. Podemos virar-nos todos cá para fora, mas a única coisa que acontece nessa altura é ficarmos virados para fora e sozinhos em vez de ficarmos virados para dentro, sozinhos.
Philip Roth in ‘Pastoral Americana’
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Jóia Única
Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.
Aproximou-se dele, e disse:
-- Pareceis muito preocupado. Posso ajudar-vos em alguma coisa?
-- Ah! respondeu o árabe com tristeza, estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.
-- Que jóia era essa? -- perguntou o viajante.
-- Era uma jóia como jamais haverá outra -- respondeu o seu interlocutor.
Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá reproduzir-se.
-- Por minha fé -- disse o viajante --, a vossa jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual?
Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:
-- A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde, jamais se torna a encontrar.
Autor desconhecido
Bjus...Marcinha*
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