Quem sou eu?

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São Paulo, São Paulo, Brazil
Sou portador de necessidades especiais decorrente de uma alteração genética no sistema nervoso central, que afeta a coordenação motora, o equilíbrio e a fala. Minha doença leva à degeneração cerebelar. Não há cura e, com o passar do tempo, as dificuldades de locomoção e comunicação aumentam. Portanto uma doença degenerativa. Mas a alegria e a esperança caminham lado a lado comigo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

História de Amor












Ele quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento.
Chovia forte e já era noite.
Mas percebeu que ela precisava de ajuda.
Assim parou seu carro e se aproximou.
O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho.
Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada.
Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora.
Ele iria aprontar alguma?
Ele não parecia seguro, parecia pobre e faminto.
Ele pode ver que ela estava com muito medo e disse:
- Eu estou aqui para ajudar madame, não se preocupe.
Por que não espera no carro onde está quentinho?
A propósito, meu nome é Renato.
Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora de
idade avançada era ruim o bastante.
Renato abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro.
Logo ele já estava trocando o pneu.
Mas ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos.
Enquanto apertava as porcas da roda ela abriu a janela e começou a
conversar com ele.
Contou que era de São Paulo e que só estava de passagem por ali e que não
sabia como agradecer pela preciosa ajuda.
Renato apenas sorriu enquanto se levantava.
Ela perguntou quanto devia.
Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela.
Já tinha imaginado todos as terríveis coisas que poderiam ter
acontecido se Renato não tivesse parado e ajudado.
Renato não pensava em dinheiro, aquilo não era um trabalho para ele.
Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe havia
ajudado bastante.
Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo.
E respondeu:
- Se realmente quiser me pagar, da próxima vez que encontrar alguém que
precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda de que ela precisar.
E acrescentou: ... e lembre-se de mim.
Esperou até que ela saísse com o carro e também se foi.
Tinha sido um dia frio e deprimente, mas ele se sentia bem, indo para
casa, desaparecendo no crepúsculo.
Alguns quilômetros abaixo a senhora parou seu carro num pequeno
restaurante. Entrou para comer alguma coisa.
Era um restaurante muito simples, e tudo ali era estranho para ela.
A garçonete veio até ela e trouxe- lhe uma toalha limpa para que pudesse
le esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um
sorriso que mesmo os pés doendo por um dia inteiro de
trabalho não pode apagar.
A senhora notou que a garçonete estava com quase oito meses
de gravidez, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem a sua atitude.
A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia
tratar tão bem a um estranho.
Então se lembrou de Renato.
Depois que terminou a sua refeição, e enquanto a garçonete buscava troco
para a nota de cem reais, a senhora se retirou.
Já tinha partido quando a garçonete voltou.
A garçonete ainda queria saber onde a senhora poderia ter ido quando
notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de R$100.
Existiam lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu.
Dizia:
- Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou hoje e
da mesma forma estou lhe ajudando.
Se você realmente quiser me reembolsar por este dinheiro, não deixe este
círculo de amor terminar com você, ajude alguém.
Bem, havia mesas para limpar, açucareiros para encher, e pessoas para
servir, e a garçonete voltou ao trabalho.
Aquela noite, quando foi para casa cansada e deitou-se na cama, seu marido
já estava dormindo e ela ficou pensando no dinheiro e no que a senhora
deixou escrito.
Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto?
Com o bebê que estava para nascer no próximo mês, como estava difícil!
Ficou pensando na bênção que havia recebido, deu um grande sorriso,
agradeceu a Deus e virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado,
deu- lhe um beijo macio e sussurrou:
Tudo ficará bem; eu te amo Renato !


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